A morte de uma estrela


Sejam bem vindos caros leitores, começo meu texto pedindo perdão para o que hei de fazer. Não me leve a mal, não pretendo destruir a imagem de um ídolo, mas sim abrir seus olhos para uma farsa, uma falácia social construída de forma vil e enganosa.
Meus amigos, por muito tempo eu venho notando uma farsa se construindo e essa farsa se chama Mário. Eu sei, eu sei, você está perguntando “que Mário?”, mas eu vou te poupar de piadinhas infames, pois esse texto é de uma seriedade ímpar.
Veja bem, este dito herói é na verdade um aproveitador, um farsante, um abusador de animais, um alpinista social, perpetuador de corridas ilegais, praticante de medicina sem licença... e muito mais, meu amigo, muito mais...
Vamos começar com sua primeira aparição nos vídeo jogos, em Donkey Kong. A história do jogo aparenta ser simples: Kong, um grande e perigoso gorila, seqüestra a donzela Pauline, leva-a para uma construção e Mário, heroicamente, vai resgatá-la. Mas será que isso é tudo? Veja bem, toda história tem dois lados. Nós só estamos observando o lado humano, a visão do homem sobre o acontecido. Vejam por esse ângulo: Kong é um gorila perdido em meio a uma cidade, um mero animal dentro de uma selva de concreto. Ele não conhece esse mundo. Ora bolas, é um simples símio. Ele provavelmente vê em Pauline algo que o faz se sentir seguro, por isso a seqüestra. Eu sei o que você deve estar pensando: mas o gorila poderia ferir a garota. Mas veja por esse lado, em vez de ligar para a polícia, para o centro de controle de animais, para alguma autoridade competente, Mário resolve pegar um martelo e ir atrás do pobre gorila. Perceba que toda vez que nosso “herói” alcança a altura onde Kong está, o “tão perigoso” gorila resiste? Ataca Mário com sua fúria animal? NÃO! Ele foge! Nada mais é do que um animal assustado. Eu entendo, é ultrajante, mas ele é só um animal.
Continuando nossa análise da carreira de nosso suposto encanador temos um jogo muito esquecido, Donkey Kong Jr. Nesse jogo você vê a história pelo lado do filho de Kong tentando resgatar seu pai das mãos de Mário. Sim, o tão amado encanador aprisionou o gorila, colocou-o em uma gaiola, e atacou um bebê gorila com dentaduras mecânicas, pássaros e choques elétricos! Perceba que é a história de um bebê gorila tentando salvar o seu pai. Um bebê, meus amigos. E o tão amado “herói” ataca um bebê! Mesmo que a punição de ser preso fosse equivalente ao crime de seqüestrar Pauline, atacar um filhote é algo sem perdão. Um pobre animal que nada vez contra você. Lamentável, meus amigos, lamentável.
O que Mário fez com seu primeiro algoz enquanto o tinha como prisioneiro? Isso nós vamos descobrir depois, no jogo Donkey Kong Circus. Kong é escravizado, forçado a trabalhar em um circo para o suposto herói. É obrigado a se equilibrar sobre um barril enquanto abacaxis e bolas de fogo saltam em sua direção. O símio deve jogar as frutas para cima enquanto desvia das chamas... e tudo isso para que, você me pergunta? Para o lucro de Mário! Ele está ali, no canto da tela, observando, gerenciando o trabalho escravo de um animal. E pense comigo, meus amigos, fogo claramente machuca, mas observe com o que mais Kong devia lidar, abacaxis. Sim! Imagine um grande abacaxi caindo sobre sua mão e você tendo que jogá-lo para cima novamente, imagine o peso, a textura, a casca abrupta da fruta... imagine fazer isso repetidas vezes enquanto você se equilibra sobre um barril... crueldade, meus caros, é o que vejo aqui...
Bem, vamos mudar o foco, se é que eu já não consegui lhe provar o quão desprezível é este suposto encanador. Ora, estamos falando de um homem que pula em cima de tartarugas indefesas para viver. E digo mais, estamos falando de um assassino, de um sociopata! Você está achando exagero da minha parte? Vou então lhe provar. No manual de Super Mario Bros, página 2, Descrição do Jogo, lê-se:
“Um dia o pacífico reino dos cogumelos foi invadido pelos Koopa, uma tribo de tartarugas famosa por sua magia negra. Os cogumelos foram transformados em pedra, tijolos e até mesmo em campos de ervas, então o Reino dos Cogumelos caiu em ruína.” (em tradução livre, para o seu maior conforto)
Você percebeu, meu caro leitor? Você leu bem o parágrafo? Notou a sutileza de detalhes? “Os cogumelos foram transformados em pedra, tijolos...” O que o nosso suposto encanador é conhecido por quebrar após se entorpecer com cogumelos? Tijolos, meu amigo! Em outras palavras, toda vez que esse facínora salta e soca um grupo de tijolos, ele está assassinando um cidadão inocente do Reino dos Cogumelos! Você realmente nunca se perguntou por que dentro de paredes de tijolos havia moedas? A verdade é triste, caro leitor, mas é a verdade. Esse crápula se aproveita que toda uma população fora transformada em pedra e assassina sem piedade cidadãos inocentes, e a troco de que eu lhe pergunto, a troco do suado salário que o cidadão de bem carrega em seu bolso. Um porco capitalista, um aproveitador, eu lhe digo.
Há quem diga que este é um homem do povo, trabalhador, simples, membro do proletário. Há aqueles mais diretos que dizem que seu visual é inspirado em líderes socialistas. Ora, o vermelho, o quepe, o bigode, a estrela, está tudo lá, não está? Meu amigo, estamos falando de uma farsa, este homem nada mais visa que o lucro próprio. Ele se diz um encanador, mas em algum dia você já o viu realizar algum trabalho braçal referente a essa classe? Eu já o vi escravizando animais em circo, promovendo corridas ilegais de kart, trabalhando como juiz não licenciado de lutas de boxe, carregando bombas para o exercito e, pasmem, medicando da forma mais arbitraria possível, jogando tetris com os medicamentos... mas nunca o vi concertar uma torneira.
Por fim, trago-lhe mais uma verdade. Já ouvi falar que Mário é um libertador, que tenta depor o reinado cruel de Bowser. Mas pense, ele o está fazendo com o intuito de trazer de volta a velha monarquia encabeçada pela família Toadstool, que, coincidentemente, tem Peach, a suposta namorada de Mário, como legítima herdeira. Olhe por este lado, caro leitor, nosso “herói” está tentando depor uma monarquia para exaltar outra na qual ELE possivelmente será o rei! Sem mais!
Eu poderia prolongar por muito meus argumentos, mas não desejo torna-me enfadonho. Mas não lhe deixarei só com o gosto amargo da verdade, mas lhe trarei também o esplendor da boa nova. Quem estava ali o tempo todo? Mesmo sem receber o devido reconhecimento? Mesmo sem receber glórias? Mesmo sem ter nenhum ganho? Luigi! Nosso amado Luigi! Está ali lutando pelo que é certo, sendo humilhado por um irmão abusador, tendo todo o seu trabalho obscurecido propositalmente para as glórias de um falso ídolo. Luigi, meus amigos é o verdadeiro herói desta história, um homem simples, um homem batalhador e que, apesar de seus medos, enfrenta, com a cara e a coragem, um inimigo muito maior do que ele. E por qual motivo? Simplesmente porque é o certo! Termino meu argumento lhe dizendo:
Abaixo o falso ídolo! Meu player 2 jamais será vermelho!



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